quarta-feira, 4 de março de 2009

TOMAR CHORA

Tomar triste, chora o seu infortúnio.
Tomar histórica, grandiosa no passado, não entende e angustiada sufoca o soluço das suas gentes.
Tomar aguarda ansiosa que olhem por ela e desespera.
A cidade chora com razão e já quase não acredita.
Todos os seus sonhos se desvanecem no correr amargurado do tempo. Dia após dia só ouve promessas e já quase não acredita.
Depois de anos e anos todos os seus sonhos se foram. Resta a amarga realidade de Tomar desprezada e consumida até nos seus mais escondidos recantos.
Tomar chora o seu ente mais querido. O Rio. Chora desconsolada todo o mal que lhe alguns lhe fizeram, sobretudo aqueles que vindo de longe, acolheu no seu seio e tão mal a trataram.
Tomar chora porque não cuidam dela. O fazer mal de muito dos seus cidadãos, filhos queridos da sua alma, transformaram-na e roubaram-lhe o espírito.
Tomar chora os seus monumentos em ruínas e sente no seu ser que lhe destruíram o sangue e os ossos. Que lhe tiraram o prazer de viver.
Tomar chora, porque a vendem pedaço a pedaço.
Tomar chora porque lhe esventram o seu corpo diariamente, violando-a e apagando tantas e tantas recordações de outros tempos gloriosos e inesquecíveis.
Tomar já não aguenta mais os soluços e chora.
Quem sente Tomar e a sua magia tenta minguar esta tristeza que ela sente, a angustia que lhe percorre as entranhas, mas também desespera e em comunhão de alma também chora, juntando o seu lamento ao da própria essência onde vive – o seu Concelho a sua cidade.
Pobre Tomar, como te compreendo que chores

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