terça-feira, 23 de outubro de 2007

AS ABELHAS

Recentemente tive a oportunidade de assistir a uma apresentação feita por um grande apicultor da nossa região, sobre a vida comunitária de uma colónia de abelhas e da forma como produziam o seu mel.

Foi recordado e por analogia apontado pelo orador que uma colónia de abelhas é um dos raros exemplos de organização em que embora existindo uma única abelha rainha, todo o desenvolvimento da referida colmeia se desenvolve porque cada um dos seus membros, abelha rainha, obreiras e os zangões conhecem as suas tarefas e trabalham em prol da comunidade onde estão inseridos.
Só assim a colmeia sobrevive, pois caso contrário a colónia de abelhas sucumbe.

Fui tentado assim enquanto decorria a brilhante exposição desse meu amigo apicultor, a comparar estes procedimentos normais numa colmeia de abelhas bem organizada, com a vida na comunidade tomarense em que me insiro e tantos outros.

E falo propositadamente da colmeia tomarense, desculpem a analogia para tecer alguns comentários sobre o nosso concelho, a nossa colónia não de abelhas, mas sim de humanos.
Equiparando o procedimento e a vida de uma colmeia de abelhas bem organizada, com a equipa que nos tem governado anarquicamente, só poderei afirmar que se fossemos abelhas de uma colmeia, já há muito que tínhamos deixado de existir. Mas para lá caminhamos.
Assim sendo nós uma colmeia, a equipa PSD, que tem feito de abelha-mestra, durante estes longos anos de governação já teria sido substituída por outra, tal a forma como tem gerido o nosso concelho – a nossa colmeia.

Desta equipa formada (desculpem as abelhas), pela abelha rainha, obreiras e zangões, ninguém sabe praticamente o que é trabalhar em prol da comunidade e a sua função.
O objectivo de uma colmeia é produzir o mel, único objectivo das abelhas, que intuitivamente sabem o que querem e organizam-se para tal.
Assim como é obvio o objectivo desta Câmara maioritariamente psd seria orientar, limpar, harmonizar o nosso Concelho de forma a criar riqueza e bem estar à comunidade.
Tal não acontece, tornando-se urgente para sobrevivermos que esta nossa colmeia tomarense substitua a abelha rainha que deveria saber unir e harmonizar, reforme as abelhas obreiras que deviam trabalhar e os zangões que também não fazem o seu serviço.

Nas palavras do meu amigo apicultor, a colmeia funciona organizadamente e sobrevive porque cada um dos seus elementos sabe o papel que lhe cabe.
Em Tomar, na Câmara Municipal tal não acontece e foi de muito má tom da minha parte querer comparar o executivo PSD, com uma colónia de abelhas.

As abelhas produzem o mel e o actual executivo camarário produz, o quê?

A resposta que cada um a dê, porque se eu aqui desse a minha seria muito mal educado e não pretendo ferir a susceptibilidade de ninguém que me possa ler.

Ao vosso dispor,

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

TOMARENSES TRISTES

Tomarenses tristes ou tristes Tomarenses.
Quem chega a Tomar depois de alguns tempo de ausência nota algo diferente no rosto e na forma de estar dos Tomarenses – Estão tristes.
Aliado à tristeza bem patente nos seus rostos, soma-se alguns traços e formas de estar de grande desânimo.
Porquê?
Só quem é cego é que não vê?
Dia para dia cada vez se vive pior no Concelho e na Cidade.
Culpa de quem?
De alguns poderosamente instalados que tinham a obrigação politica e moral de transformar e edificar no nosso Concelho, na nossa cidade uma nova forma de estar e sentir, de lhe incutir esperança no futuro.
Tal não acontece e calcorreando as ruas velhinhas e empedradas da nossa cidade, só é cego quem não quer ver. O povo tomarense anda triste, desalentado, com a moral em baixo.
Nada bate certo.
São obras e projectos que não se percebem. São discussões tolas que não se entendem. São gente entendida que nada percebem, ou não querem saber do sentir tomarense.

Tomar está cada vez mais triste.
No seu mais profundo sentimento de povo alegre e hospitaleiro, Tomar está ferida e sangra mortalmente.
Em lenta agonia busca no dia a dia ainda forças para animar, sobreviver, mas infelizmente nota-se a desistir. Tomar está triste e gravemente doente.

Não chega falar, falar e falar para lhe levantar a moral. Desses remédios e curandeiros mal formados está farta.

Tomar agoniza lentamente nos inícios de um novo século que se queria de esperança.
A miséria não se cura, combate-se.
Infelizmente o diagnostico é grave, Tomar. Chegaste ao fim e pouco ou nada podes deixar aos teus filhos e netos.
A vida que alguns te defenderam durante séculos, hoje nada valem e no teu olhar, no olhar do teu povo a tristeza impera e o desânimo alastra.

As pontes da harmonia, do progresso, do afastar da pobreza nada te valem neste momento.
Que importa que estejas cada vez mais presa do vil betão, que as grandes muralhas que te erguem à volta sejam sólidas e para alguns eternas, se a tua alma se está a perder irremediavelmente e os teus filhos a afastarem-se.

De que te serve Tomar crescer em cimento se perdes as almas dos tomarenses que por tão pouco tempo te habitam e envelhecem sem sucessão, tristes e desanimados.

Tomar está triste.

A tua doença alastra e cada vez mais se esventra o teu seio, sem se perceber ou entender a razão. Ferida de morte agoniza. Quem te deveria entender, não entende.

Povo tomarense, retalhos de vidas mal vividas e sofridas. Rostos amarelecidos no tempo que pouco ou nada podem fazer.
Tomar, estás triste, envelhecida.
Não podes gritar querendo. Não podes fugir. Amarraram-te no tempo e do pouco que ainda tinhas só guardas lá no fundo ainda, bem escondido, mas cada vez mais amarga o que resta – a tua dignidade.

Mas,

Tomar poderás estar triste, mas ninguém te pode tirar a dignidade que sempre tiveste, embora cada vez mais alguns até isso te queiram roubar.

Ergue-te cidade, nada temas.
O povo tomarense que em décadas de sofrimento te alimenta ainda da pouca esperança que te resta, há-de acordar.

E poderás ser de novo Tomar, o Concelho e o povo que eu amo.