segunda-feira, 26 de maio de 2008

VALE MAIS UMA JUNTA DE FREGUESIA, QUE O EXECUTIVO DA CÂMARA

Numa das últimas Assembleias Municipais, afirmei alto e em bom som que não falaria mais naquela Assembleia e calei-me em sinal de protesto.
Não foi birra, nem cansaço.
Não foi qualquer problema na faringe que me atormentou, nem falta de assunto para debater.
Serviu este meu silêncio, para apreciar mais em detalhe os restantes intervenientes, sobretudo os elementos do PSD que formam neste momento, o executivo camarário.
Nada tenho de pessoal contra qualquer deles, são pessoas bastantes educadas e fáceis no trato, mas não passam disso. Boas pessoas.
São pessoas que durante estes dez anos tem feito parte de um grupo que nos tem feito a vida negra. Boas pessoas, mas maus gestores. Pessoas boas, mas maus governantes. Pessoas boas mas que nos tem feito muito mal.
Durante estes anos tem delapidado e deixado o Concelho, as pessoas num estado de nervos, que nem um bom sistema de saúde que não temos, nos poderia valer.
Deram cabo de um mercado municipal e agora como se nada fosse e só porque são boas pessoas, aparece um deles como salvador do Mercado. Boa pessoa, mas com problemas de amnésia.
Criou o problema e agora parece que tinha a solução. Por onde andou este tempo todo?
Como boa pessoa devia deixar-se estar e não vir armar-se agora em herói, quando a “m….” Foi ele que a fez.

Escutando nessa Assembleia estas boas pessoas e enquanto os minutos nunca mais passavam para conseguir ter algum sossego mental, não consegui ver naquelas pessoas, o governo de uma Câmara, antes parecia mais uma qualquer Comissão Administrativa ou Liquidatária do Concelho onde vivo.

Não tem culpa, são boas pessoas, danadas para a brincadeira, pelo menos um deles, já que não falha a nenhuma festa, nem aniversário. Boas pessoas mas maus estrategas, maus gestores.

E enquanto os ilustres membros da Câmara PSD, iam debitando e votando alegremente, como boas pessoas que são, os documentos onde o nosso dinheiro está a ser mal empregado, no continuo vaivém de quem vota a favor…quem vota contra….quem se abstém, já o meu espírito estava longe e vagueava pelo vale do Nabão, relembrando outros tempos, outras lutas.

Mesmo assim ainda conseguia escutar, o Mercado Municipal vai ser recuperado, quando foi deixado ao abandono e votado por estas boas pessoas a sua destruição.

O Parque de Campismo vai ser remodelado, quando foram estas boas pessoas que o fecharam e destruíram.

O União de Tomar e as Associações do Concelho vão ter apoio, quando foram estas boas pessoas que as destruíram.

Despertando lentamente daquele marasmo de discursos de ocasião, comecei a discorrer sobre as Freguesias e finalmente encontrei a solução para o problema do Concelho.

Encontrei a solução. Eureka.

Porque não pagar os chorudos ordenados e despesas de representação àquelas boas pessoas e pedir-lhes que fiquem em casa e constituir uma Câmara governada pelas Juntas de Freguesia, até às próximas eleições.

No meu espírito fez-se luz. A solução estava ali, bem à minha frente, como era possível que ainda ninguém se tivesse lembrado disso.

Se hoje existe o Concelho de Tomar, se ainda se faz algo nele de positivo, é através das Juntas de Freguesias e os seus Presidentes. Pelo que recebem nem para as chamadas telefónicas dá. Esse voluntariado é mais que demonstrativo do seu empenho.

As Juntas de Freguesia é que estão a trabalhar e a aguentar o Concelho de Tomar.

Vale mais uma Junta de Freguesia deste Concelho, que o executivo PSD da Câmara. São boas pessoas mas não chega.

domingo, 4 de maio de 2008

NABOS NO TACHO À TOMARENSE


Aproveitando a proximidade de mais um Festival de Sopas promovido no nosso Concelho, não posso deixar passar a oportunidade de dar a conhecer um prato bem conhecido pelo povo tomarense e que certamente bem confeccionado fará as delicias de alguns apreciadores:

Aqui vai a receita:

Todos sabem o que é um tacho. É um recipiente de metal ou barro, geralmente com asas destinado a usos culinários.
Mas também pode ser um cargo prestigiante ou emprego bem remunerado obtido por meio de conhecimentos pessoais influentes.

Mas vamos à receita.

Pega-se em meia dúzia de nabos, com bom aspecto e dotes oratórios, bem lavadinhos e cheirosos.

Depois de bem lavados e de preferência que tragam já gravata, misturam-se muito bem. Escolhe-se o maior dos nabos e deixa-se inteiro. Os restantes cortados às rodelas, para parecerem mais regam-se com algumas gotas de azeite, para ficarem bem oleados.

No tacho já preparado de antemão, deita-se cuidadosamente o maior dos Nabos. Será ele que vai dar toda a consistência ao prato. Por isso o seu aspecto, o seu porte e a sua forma são muito importantes para o sucesso da receita.

Este nabo escolhido muito bem entre os demais, não pode ser cozinhado com os restantes, pois estraga o sabor do prato. Há que ter um cuidado especial neste nabo quando se coloca no tacho. Ele tem que estar fresquinho e bem preparado.

Depois do nabo maior já ter dado algumas voltas no tacho e começar a despertar um ligeiro aroma, publicitado através de jornais e rádios, pode-se começar a juntar os restantes nabos já bem oleados e cortados ás rodelas.

Entretanto vão-se juntando alguns ingredientes, imprescindíveis nesta receita. Algumas ervas do campo, cuidado para não serem daninhas. Mais tarde durante a cozedura podem estragar tudo.
Estas ervas, acompanhadas de um bom molho preparado com muitos projectos, ideias, etc., vão engrossar o conteúdo do tacho.


Leva-se o tacho ao lume em lume brando. Se houver necessidade pode-se aumentar em determinadas alturas o fogo, para que a cozedura acelere e sempre dá mais nas vistas aos comensais.

Agora com os ingredientes todos em cozedura, ainda se pode colocar mais alguns nabos, previamente escolhidos, de forma que não estraguem a receita.

Se houver algum nabo que se note que não esteja bem oleado e que possa prejudicar, retira-se apressadamente e substitui-se por outro.
É extremamente importante que os nabos não se prejudiquem entre si como é natural, senão o prato não fica em condições.

Quando o aroma libertado pelo tacho, se notar que os nabos já estão todos prontos a levar à mesa, desliga-se o fogão e leva-se à mesa, pode ser eleitoral ou redonda, tanto faz.

Se a receita agradar, pode-se ir repetindo de quatro em quatro anos, queria dizer dias que não faz mal.

Convém ter sempre tachos prontos a dar, digo utilizar.

No entanto fica o aviso, repetida esta receita muitas vezes sem mudar os ingredientes, digo os nabos, pode provocar cólicas acompanhadas de diarreia.

Aqui fica a receita já muita antiga dos nabos no Tacho. Todos os Tomarenses a conhecem pois já há perto de dez anos lhes dá cólicas e dores, apanhando sobretudo a zona do lado esquerdo do tronco, o sítio da carteira.