segunda-feira, 1 de outubro de 2007

TOMARENSES TRISTES

Tomarenses tristes ou tristes Tomarenses.
Quem chega a Tomar depois de alguns tempo de ausência nota algo diferente no rosto e na forma de estar dos Tomarenses – Estão tristes.
Aliado à tristeza bem patente nos seus rostos, soma-se alguns traços e formas de estar de grande desânimo.
Porquê?
Só quem é cego é que não vê?
Dia para dia cada vez se vive pior no Concelho e na Cidade.
Culpa de quem?
De alguns poderosamente instalados que tinham a obrigação politica e moral de transformar e edificar no nosso Concelho, na nossa cidade uma nova forma de estar e sentir, de lhe incutir esperança no futuro.
Tal não acontece e calcorreando as ruas velhinhas e empedradas da nossa cidade, só é cego quem não quer ver. O povo tomarense anda triste, desalentado, com a moral em baixo.
Nada bate certo.
São obras e projectos que não se percebem. São discussões tolas que não se entendem. São gente entendida que nada percebem, ou não querem saber do sentir tomarense.

Tomar está cada vez mais triste.
No seu mais profundo sentimento de povo alegre e hospitaleiro, Tomar está ferida e sangra mortalmente.
Em lenta agonia busca no dia a dia ainda forças para animar, sobreviver, mas infelizmente nota-se a desistir. Tomar está triste e gravemente doente.

Não chega falar, falar e falar para lhe levantar a moral. Desses remédios e curandeiros mal formados está farta.

Tomar agoniza lentamente nos inícios de um novo século que se queria de esperança.
A miséria não se cura, combate-se.
Infelizmente o diagnostico é grave, Tomar. Chegaste ao fim e pouco ou nada podes deixar aos teus filhos e netos.
A vida que alguns te defenderam durante séculos, hoje nada valem e no teu olhar, no olhar do teu povo a tristeza impera e o desânimo alastra.

As pontes da harmonia, do progresso, do afastar da pobreza nada te valem neste momento.
Que importa que estejas cada vez mais presa do vil betão, que as grandes muralhas que te erguem à volta sejam sólidas e para alguns eternas, se a tua alma se está a perder irremediavelmente e os teus filhos a afastarem-se.

De que te serve Tomar crescer em cimento se perdes as almas dos tomarenses que por tão pouco tempo te habitam e envelhecem sem sucessão, tristes e desanimados.

Tomar está triste.

A tua doença alastra e cada vez mais se esventra o teu seio, sem se perceber ou entender a razão. Ferida de morte agoniza. Quem te deveria entender, não entende.

Povo tomarense, retalhos de vidas mal vividas e sofridas. Rostos amarelecidos no tempo que pouco ou nada podem fazer.
Tomar, estás triste, envelhecida.
Não podes gritar querendo. Não podes fugir. Amarraram-te no tempo e do pouco que ainda tinhas só guardas lá no fundo ainda, bem escondido, mas cada vez mais amarga o que resta – a tua dignidade.

Mas,

Tomar poderás estar triste, mas ninguém te pode tirar a dignidade que sempre tiveste, embora cada vez mais alguns até isso te queiram roubar.

Ergue-te cidade, nada temas.
O povo tomarense que em décadas de sofrimento te alimenta ainda da pouca esperança que te resta, há-de acordar.

E poderás ser de novo Tomar, o Concelho e o povo que eu amo.

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