domingo, 2 de setembro de 2007

Os homens que exercem determinados cargos de poder, nas suas altas funções de mandatários para que foram eleitos, deveriam ser sempre servidores do cargo que ocupam e para o qual foram eleitos, servidores da comunidade independentemente do resultado da votação. Tal na maioria dos casos, não acontece e o resultado está à vista.
Felizmente que existem raríssimas excepções, mas contam-se pelos dedos de uma só mão.
A boa vontade, dedicação leal e carácter resoluto no espírito de servir e não servir-se tem-nos conduzido a caminhos que demorarão muitos anos a serem revistos e limpos da má vontade, ou má gestão.

Embora não pesem os deveres morais que lhes competem, vivem, praticamente todos a confessar uma ausência tremenda do impulso vocacional, com que se apresentaram a sufrágio, recebendo no entanto os proventos comuns, vulgarmente designados por salários dos cargos que ocupam.

Muitas das vezes, parece-nos viver ainda na Idade Média, em que um diploma ou um cargo que ocupam os transforma no equivalente aos títulos de nobreza e fidalguia de outros tempos.
São infelizmente muito raros os que demonstram no dia a dia a vocação de servir espontaneamente e com humildade.

Servir deve ser sempre a divisa dos que gostam de comandar e foram eleitos para tal.
Mas estarei eu louco, pois ainda acredito que a politica, os cargos dos que foram eleitos pela comunidade, é servir o cidadão, não alguns, mas todos.

O que é a politica?
É o serviço prestado à comunidade, é dirigir o Concelho em nome dos outros, em defesa dos seus interesses, independentemente do Partido ou de serem maioria. Estarei a divagar?
Gostaria de acreditar que não, porque infelizmente na maioria das vezes tal não acontece e o resultado está à vista.

Servir.
Sempre coloquei grandes reservas em pessoas que com grande sentido de autoridade, podem levar as suas comunidades ao franco progresso ou afundá-las na decadência e estagnação. O meu pensamento e análise dessas pessoas vai quase sempre para a segunda hipótese.
Habitualmente nestas pessoas com este perfil, não consta no seu signo o saber servir, para ser servido.

Deveria ser natural que o governante ou administrador de bens públicos, em qualquer altura respondessem pelo que fazem, colhendo e dando conta dia a dia e sobretudo depois de deixar o cargo, dos recursos que lhe foram confiados, passando a receber de forma automática, os bens ou males que semearam. Mas infelizmente isso não acontece e o resultado está à vista.

Servir.
Quem não deseje servir, que não concorra a cargos que exigem essa virtude e procurem outros géneros de tarefas onde poderão ser mais úteis à sociedade ou a si próprios.

Servir.
Servir é ouvir os outros, mas a sério. Ouvi-los mesmo, com interesse verdadeiro de poder servir mais e melhorar os interesses de toda a comunidade, seja ela de que partido, raça ou crença for.

Um autarca não é um cidadão igual aos outros, não é uma elite, não é um soberano com brasão idêntico aos que existiram noutros tempos mais longínquos.
Ao concorrer a um cargo publico, de servir, tem a obrigação sobretudo moral de pensar e actuar sempre com o espírito liberto de fantasmas, de maiorias, de ter sido o que teve mais votos, etc.., como se isso o transformasse num elemento de uma outra classe social, nomeadamente dominante.

A verdadeira função de um politico, de um autarca, direi mesmo a sua verdadeira vocação, não deverá ser uma carreira motivada por ser popular, por ser autoritário, por ser bem falante, por ter boa figura, mas uma enorme vontade de servir o bem comum, para todos e não para uma facção que possue os meios de pressão mediáticos e sociais.

Para finalizar estes meus pensamentos sobre o SERVIR, e entrando já um pouco na utopia, os autarcas eleitos, deveriam ser alguém que animados de ideais e valores, mas sem necessidade de seguir uma ideologia intransigente, não desejassem mais do que servir e melhorar as condições de vida dos cidadãos da sua comunidade.

Que o poder não é um meio, nem um fim, para construirem a sua carreira mas sim um meio para servir a comunidade.

Que realizando os desejos da sua comunidade, do seu concelho, sem promessas demagógicas, deveriam saber servir e no cargo que escolheram concorrendo voluntáriamente, pois ninguém os obrigou, sacrificar sempre os seus interesses particulares em favor da maioria.

O autarca ideal deveria ser sempre uma pessoa, que em lugar de se julgar acima dos outros, quer pelo seu estatuto de diplomado, quer pela sua “longa experiência”, etc.,
utilizar o seu alto saber, a sua experiência e motivação ao serviço dos outros e face a estes, olhos nos olhos, saber dobrar a espinha e com humildade, saber utilizar o verbo essencial da sua actividade, que é servir.

Rematando: Podem julgar que o que escrevi é ficção, mas na sua essência eu acredito que se pode ser um grande autarca, desde que se possuía o melhor mandamento que os verdadeiros grandes homens tem utilizado – SERVIR OS OUTROS.

Ao vosso dispor,

2 comentários:

Anónimo disse...

TEXTO DEMASIADO EXTENSO

Anónimo disse...

CONTINUA