domingo, 13 de novembro de 2011

A13- QUE PORRA ANDAM A FAZER?

O 13 significa em numerologia azar, infortúnio, mau agoiro. Como habitantes deste Concelho de Tomar, terra associada aos Templários, podemos reforçar essa ideia, no facto de ter sido numa sexta-feira 13 (do ano 1307) que o Rei Filipe IV da França resolveu pôr em acção o seu plano para retirar poder e exterminar a ordem dos Templários, mandando prender, torturar e executar todos os seus Cavaleiros.
A história repete-se e agora não bastando já os infortúnios de um Concelho a caminhar a passos largos, para a miséria do seu povo, ainda levamos em cima com o oportunismo dos governantes nacionais, onde se inclui o nosso Presidente da Assembleia Municipal. Cobrar portagens na IC3 tendo-a baptizada à pressa em 6 km de A13.
Estamos assim condenados pelo número 13. Para ajudar ainda mais a passividade da Câmara Municipal que acordou tarde para esta realidade e bastava ter questionado o Sr. Ministro Relvas, tão amigo de Tomar.
Ao aprovar por unanimidade o não pagamento das portagens pode dize-lo claramente a um membro deste Governo, novamente o Presidente da Assembleia Municipal, também Ministro e quando vier presidir à próxima Assembleia Municipal.

Agora leiam alguns comentários sobre a fatídica A13, ou lá como lhe chamam.

A MAIS CURTA Auto-estrada DO MUNDO. 6 Km
A MAIS CARA AUTO ESTRADA DO PAIS E A COM MAIS PORTAGENS.
A UNICA AUTO ESTRADA QUE NÃO FOI INAUGURADA.
A UNICA AUTO ESTRADA OFERTA DE UM MINISTRO QUE É AUTARCA DO CONCELHO.
A UNICA QUE SE CONSTRUIU SEM OS AUTARCAS DO CONCELHO SABEREM.
A UNICA AUTO ESTRADA QUE SERVE PARA MANTER OS HABITANTES NO CONCELHO.
A ÚNICA AUTO ESTRADA QUE NÃO FOI OBJECTO DE MANIFESTAÇÃO PUBLICA.

Um abraço e até à próxima.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

PORQUE NÃO ABDICAM OS AUTARCAS DOS VENCIMENTOS COMO POLITICOS E SÓ GANHAM O QUE RECEBIAM NO SEU ANTERIOR EMPREGO?

“O Governo escreveu aos presidentes das juntas de freguesia, das câmaras e das assembleias municipais para os sensibilizar para a reforma da administração local, que deverá reduzir o número de freguesias até Junho de 2012, noticia a Lusa.”
Permitam-mos os leitores antes de comentar esta notícia, fazer um exercício matemático.

O ordenado de um Presidente da Junta é de 274.77 mês.
O ordenado de um Presidente da Câmara é de 3.941.78 mês.
Temos 14 Freguesias Rurais o que totaliza 274.77/Mêsx14 = 3846,78 Salários Mensais dos Presidentes de Junta de Freguesia.
Assim temos anualmente de pagar ao Presidente da Câmara = 55.184,92 €
Pagamos aos Presidentes da Junta anualmente• = 46.161,36 €
Ganha mais 9.023,56 € anualmente o Presidente da Câmara que todos os Presidentes da Junta de Freguesia no seu conjunto.

Para haver alguma redução na crise porque não desaparecem com o Concelho e se deixa de pagar ao Presidente da Câmara e assim se mantêm as Freguesias. Sempre são 14 Presidentes da Junta rurais, empenhados na sua missão do que um Presidente de Câmara que só se lembra das Freguesias rurais e nas visitas para almoços, inaugurações ou em data das campanhas politicas.

Claro está que a legislação não permite estas minhas divagações e os eleitos locais recebem de acordo com a lei que os Srs. Deputados votaram(outra classe politica, que falarei noutra data).
No entanto quando agora se fala (pouco), o Governo (Ministro Miguel Relvas), escreve aos eleitos locais a sensibilizá-los para reduzir o nº de Freguesias. Vale a pena perguntar:
Não valem mais estes 14 Presidentes de Junta, que o Presidente da Câmara?
É ATRAVÉS DA LIQUIDAÇÃO DAS FREGUESIAS RURAIS QUE SE VAI POUPAR?
Deixem-se de tolices, uma coisa é poupar outra é fazer crer que desaparecendo as Freguesias rurais vai entrar muito dinheiro nos cofres do estado, porque o Presidente de Junta deixa de receber 274.77, por mês. Só Presidente de Câmara por mês recebe 888.78 € de despesas de representação.
Para não me alongar muito, pois voltarei a esta tema noutra oportunidade, deixem-me deixar uma ideia que ajudaria a vencer a crise em Portugal e não haveria necessidade de avançarem com esta idiotice de acabar com a maioria das Freguesias Rurais.
Já que quase todos os políticos falam de crise, redução de despesa publica, etc. e se mostram muito preocupados com o comum dos mortais, que trabalha dia após dia para os sustentar, porque não votam uma lei em que qualquer eleito local sem excepção só deveria ganhar o que recebia na sua profissão. Alguns ganhando o salário mínimo, nem isso mereciam.
Com esta Lei, podem crer que só se candidatariam os que gostassem de trabalhar efectivamente para a população. Se alguém ganhasse mais no seu emprego do que receberia num cargo público, possivelmente era por ser competente e esses seriam sempre bem-vindos, mas deveriam contar-se pelos dedos de uma mão.
Porque não abdicam os autarcas actuais dos vencimentos como políticos e não ganham o que recebiam no seu anterior emprego?
Se a Lei não permite, ofereçam a diferença para uma Instituição de caridade. Assim com esta atitude mostrariam a sua solidariedade para com a situação financeira actual, que tantos deles ajudaram a criar. Embora sejam quase todos boas pessoas, não são competentes para o cargo.
Os leitores acham que algum deles aceitará esta minha proposta?
Claro que não, só estava a sonhar acordado.

TOMAR- Algumas das minhas ideias para um Concelho melhor

Em meu entender uma cidadania activa para o nosso Concelho é ter a noção do lugar que ocupamos na sociedade e a força que possuímos todos juntos, baseada no sentido de podermos obrigar e ajudar na transformação social económica e politica desta terra que amamos.
A colaboração participativa no conceito de cidadania activa traduz-se não no alheamento dos problemas do Concelho, mas na busca de soluções para o que deveria ser feito ou que não funciona o que poderia ser melhorado, mas sempre na perspectiva maioritária da comunidade Tomarense.

Por isso atrevo-me a publicar alguns das questões que considero essenciais responder para a construção de um Concelho onde se possa viver, trabalhar e conviver socialmente, sempre em desenvolvimento sustentável.

Um planeamento participativo e concertado para a identificação clara dos objectivos e prioridades do município. Esse planeamento teria como principal resultado a produção de bens e serviços visando a promoção do bem-estar social.
Este plano e a gestão criteriosa e execução do mesmo, teria que responder às seguintes questões:

Qual a politica e a gestão municipal necessária e adequada para estimular e apoiar o desenvolvimento dos sectores produtivos que ainda resistem em Tomar e a conquista de outros na sua deslocação para o nosso Concelho.
Qual a melhor politica do Município para conseguir atrair Empresas ou apoiar a constituição de outras de forma a gerar mais e melhores empregos.
Quais as acções a tomar para se conseguir reduzir a desigualdade social, ainda tão abismal entre locais diferentes no Concelho.
Quais seriam os projectos ou infra-estruturas que são fundamentais e exigiam mais atenção e recursos.
Quais os programas sociais necessários para o desenvolvimento humano da população, no tocante à inclusão social, ao combate à desertificação, na educação, saúde e erradicação da “fome” envergonhada no nosso Concelho.

Tendo-se definido estas linhas mestras de um planeamento participativo e baseado no que de óptimo possuímos no Concelho (exemplo: Beleza ambiental, património artístico conhecido mundialmente, recursos naturais abundantes, riqueza associativa, historia secular, etc.), avançar então para a realização, assente numa boa gestão municipal, de cumprimento escrupuloso do planeado, quer dos fundos quer do cumprimento rigoroso das metas definidas para a concretização.

Com bons profissionais que existem no quadro de pessoal da Câmara Municipal, com a vontade dos Tomarenses por um Concelho melhor, com uma boa gestão, planeamento e controle das diferentes etapas e das linhas mestras traçadas de forma participativa, o Concelho de Tomar avançaria e não regredia como acontece no momento actual.

O CONCELHO DE TOMAR PRECISA DE TODOS.

A vida é um desafio constante e na maior parte das vezes incerta. Tem sido assim a vida do nosso Concelho, agravada ultimamente por situações que nunca poderiam ocorrer ou por outras que se arrastam há demasiado tempo, sem solução.
Por isso Tomar precisa de todos.
Com a introdução das portagens na IC3, A23 vamos estar ainda mais isolados do exterior.
Com a situação do Mercado Municipal para solucionar vamos agravando o problema.
Com as ameaças contra o Instituto Politécnico de Tomar, vamos ficar ainda mais pobres.
Com o provável encerramento de Centros de Saúde e das valências do Hospital de Tomar, a nossa saúde continua a piorar.
Com a falência de Empresas, umas assumidas e outras a anunciar, cada vez existem mais desempregados no Concelho.
Com a ameaça de fusão e extinção de Freguesias, sinónimo de proximidade com os habitantes, cada vez ficamos mais sós e isolados.
Com o estado financeiro actual da Câmara e dos impostos que nos impõem cada vez estamos mais endividados.
Sem uma política de desenvolvimento para o Concelho, fundamentada na partilha de opiniões entre todos os Tomarenses e em que se pense efectivamente no futuro estamos sem saída.

Por isso o Concelho de Tomar precisa de todos.
Por muito boa pessoa que seja o Presidente da Câmara e os vereadores que detêm poder na Câmara, por muito que eles se empenhem em resolver os assuntos atrás mencionados do nosso Concelho e acredito que o façam, apesar de serem boas pessoas não conseguem orientar os destinos e hipotecam ainda mais o futuro dos Tomarenses. Não tem culpa, tentaram e tentam mas não conseguem. São boas pessoas, amáveis, mas não conseguem fazer funcionar o nosso Concelho.
Por isso o Concelho de Tomar precisa de todos nós.
Vamos assim exprimir os nossos sentimentos, sem qualquer receio. Gostamos de Tomar, somos Tomarenses.
Por último questionem-se: Como posso ajudar o meu Concelho?

Idosos - Sofrer assim, não.

Vestida de negro e com as rugas de tantos anos de trabalho e canseiras, aproximou-se do balcão da Farmácia onde costuma ir todos os meses. Já não sabe quanto dinheiro ali deixou para os seus medicamentos e do homem que a espera lá em casa, inválido depois de o coração o ter atraiçoado e ter um enfarte.
A pensão que recebe mal dá para comer, mas antes estão os medicamentos absolutamente necessários para tratar os seus males dos ossos e para tornar mais fáceis as dores do seu homem.
Esperou ansiosa que fosse atendida remexendo de tempos em tempos na sua pataqueira. Esperemos que o dinheiro chegue para a receita, pensava nervosa. Aqui na Farmácia já devo tanto, não posso pedir que me fiem mais. Fazia contas de cabeça, pois ultimamente por mais que esticasse o dinheiro, este não chegava para a água, a luz e os poucos alimentos que comprava na mercearia da vizinha.
Finalmente chegou a sua vez e a Dr.ª Edite, simpática como sempre lá lhe foi aviando a receita. Não percebia grande coisa dos cêntimos, dos euros, mas sabia que a reforma que ganhava andava pelos 50 contos de antigamente. A ansiedade crescia no seu peito magro e descaído de tantas dores incontidas, a cada parcela que a Farmacêutica lhe ia debitando na máquina das contas. São 92 euros, a receita Dª Lurdes, repetiu de traz do balcão a Dr.ª. Não queria acreditar, como poderia lá ser. No mês passado tinha pago 78 Euros, perto de 16 contos. A conta está bem Dr.ª, articulou com a voz quase sumida e com uma interrogação posta no olhar.
Está certa, sim senhora, sabe alguns medicamentos são mais caros e outros não são comparticipados, retorquiu em tom calmo a farmacêutica. Isto está cada vez pior para todos, desculpou-se, reparando na aflição incontida da velhota.
Enquanto isso contava e voltava a contar o dinheiro que tinha consigo. Não chegava. E sem querer com uma revolta surda contra a mafalda da vida, questionava-se porquê? Porque estes aumentos em tudo, quanto a sua vida e do seu homem tinham sido sempre feitos de tanto trabalho, suor e sofrimento. Se devia alguma coisa, era na farmácia e na mercearia. Não devia mais nada a ninguém pois sempre tinha levado uma vida limpa e honrada.
Porque tinha ela e o seu homem de sofrer assim.
Por ultimo e com as lágrimas silenciosas a correrem pela sua face tisnada pelo sol e pelos martírios da sua vida, desabafou. Se pago os 92 euros, o que vou comer eu e o meu homem durante o resto do mês?
Saiu da farmácia tendo como companhia um choro cada vez mais profundo que arrancava do seu ser, laivos de revolta e dor inconsolável.
Nota: Esta pequena história é verídica, assisti-a eu num destes dias. As lágrimas e a revolta daquela velha senhora, comunguei-as em espírito. Porque fazem sofrer assim os nossos idosos? É para isto que trabalhamos e pagamos os nossos impostos? Onde andará esse espírito social que tanto me orgulhava no meu Portugal. Que merecem os governantes que não sabem governar e não conhecem o seu povo anónimo?